Está é, sem dúvida, uma das principais dificuldades de nós, artesãs e criativas: como precificar o nosso trabalho, quanto cobrar por algo único, exclusivo e feito à mão?

Primeiramente, quero trazer alguns erros que muita gente comete, quando o assunto é precificação.

O primeiro deles, é ter medo de informar o valor para o cliente, ele achar caro e perder a venda. E este medo, pode vir decorrente do sentimento de que se eu amo fazer o que faço, não tenho o direito de cobrar por isso. Sabe aquela culpa, por ser remunerada fazendo algo que você ama? Muitos criativos vivem este dilema. E ele pode vir de crenças enraizadas em nossa mente, por termos ouvido falar que para ganhar o dinheiro é preciso sofrer, trabalhar duro!

O fato é que sim, temos o direito de sermos pagos pelos produtos que fazemos com tanto amor. Nós somos a ponte entre o que temos a oferecer e a necessidade dos nossos clientes que precisam ser atendidas.

Vale salientar, que quando sentimos insegurança, medo e nos paralisamos diante de alguma situação, é porque estamos lidando com a dúvida, com o que nos é desconhecido. Quando nos falta conhecimento sobre uma determinada questão, não nos sentimos seguros e confortáveis para lidar com a situação.

E por conta deste medo, muitas artesãs acabam cometendo um segundo erro: o de não se sentir merecedora e cobrar então, um preço baseado apenas no que a concorrência cobra, sem levar em consideração uma série de outros fatores, como:

O preço dos produtos está diretamente relacionado ao valor que percebemos nele, seja como compradores ou vendedores.

O ponto está em como aumentar a percepção de valor do cliente em relação ao seu produto, através dos benefícios do seu produto, dos diferenciais dele e da sua proposta de trabalho.

E todos estes aspectos estão relacionados ao seu produto e à toda forma de comunicação em torno dele, como qualidade, acabamento, embalagem, identidade da marca, redes sociais, forma de entrega, atendimento, assistência, entre outros. Por isso, não é o cliente, nem o concorrente que deve ditar o seu valor.

Exatamente por isso, cada artesã tem o seu valor. E ele deve ser calculado não somente através da soma dos custos com materiais e multiplicar o total por 2x ou 3x como muita gente faz. Se você calcula assim, sem dúvida, não sabe se está realmente perdendo ou ganhando. Não sabe quanto pode retirar para você e quanto é lucro do seu negócio.

É preciso considerar, além dos custos com materiais, suas horas de trabalho, seus objetivos com o artesanato – única fonte de renda ou renda complementar, sua estrutura de custos, sua reputação no mercado, público-alvo, região em que atua, impostos, preço de mercado, entre outros.

Veja que o preço do concorrente é apenas uma variável a ser analisada e, por este motivo, não é garantido que você esteja cobrando certo, apenas cobrando o que a concorrência cobra, pois cada artesã possui uma realidade muito particular que impacta diretamente no valor final do produto.

A partir de hoje,  sugiro então que você se preocupe menos com o preço do seu concorrente e que faça uma análise interna e bem sincera, de como vc está precificando.

Para esta análise, responda SIM ou NÃO para as perguntas abaixo e descubra se você precisa se você está sabendo precificar:

  • Estou segura dos segura dos preços que estou cobrando pelos seus produtos?
  • Sei quanto quero ganhar com o artesanato?
  • Tenho os meus objetivos e metas de vendas bem definidos?
  • Já definí com qual público desejo trabalhar e conheço o perfil dos meus clientes, como suas necessidades, preferências e desejos??
  • Tenho atraído o tipo de cliente certo, aquele valoriza meu produto?
  • Tenho meu mix de produtos bem definido?
  • Já defini meu nicho de atuação no mercado??
  • Tenho todos os meus custos e despesas bem claros?
  • Sei quanto tenho de lucro e quanto posso retirar como remuneração do meu trabalho?
  • Quando me pedem desconto, sei perfeitamente até quanto posso oferecer?
  • Quando querem comprar no atacado, sei exatamente quanto posso oferecer de desconto?
  • Conheço meus concorrentes?
  • Meus diferenciais estão claros para mim?
  • Tenho um um controle financeiro, de tudo o que entra e o que sai, e separo a minha remuneração, pelo trabalho artesanal no atelier e os lucros do meu negócio?
  • Tenho conseguido reinvestir no negócio para fazer o negócio crescer? ou seja, invisto em novos materiais e técnicas, compro equipamentos ou máquinas que agilizam minha produção, estou sempre me atualizando, vou à feiras?

Se você respondeu mais NÃO do que SIM, significa que você precisa dar atenção urgente para este aspecto: a precificação.

Saber precificar corretamente é essencial para que você consiga ter uma remuneração justa e possa, se desejar, viver de artesanato e ser reconhecida pela sua arte.

Fazer peças lindas e receber elogios das pessoas, investir seu tempo em aprender várias técnicas artesanais, não é suficiente para valorizar e precificar o seu produto.

Nenhuma atividade autônoma remunerada ou negócio se sustenta sem lucro. E quem não sabe precificar, não sabe se está tendo lucro ou prejuízo. Muitas vezes trabalho muito mas não vê “a cor do dinheiro”, o que sem dúvida, ao longo do tempo pode gerar desmotivação e fazer com que a pessoa desista do artesanato e se sinta ainda mais frustrada.

A boa notícia é que só depende de você buscar conhecimentos para aprender a ser a única responsável pela precificação correta dos seus produtos. Não é o cliente ou o concorrente que define seu valor, mas você quem precisa se posicionar no mercado, agregar valor no seu produto, se diferenciar da concorrência e atrair o cliente certo, para  que você possa vender o seu valor e não seu preço!

Esta é a partilha de hoje. Se você sente que precisa se aprofundar mais neste assunto, eu te convido a conhecer o meu curso de precificação no site: http://fernandadenadai.com/preco-perfeito/comprar/

Se este texto te ajudou, se fez sentido para você, deixe eu saber disso. Comente e compartilhe!

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Um grande beijo e até breve!
Nanda.

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